sábado, 17 de outubro de 2009

92




92.
Ela, tão delicada, colhia rosas sem as arrancar
Ele, com mãos rudes, plantava mais flores para lhe encantar

Ela, tão sonhadora, seguia o perfume em todos os lugares
Ele, sabendo disso, plantou perto de si, rosas aos milhares

Ela, encantada, procurava para onde aquela beleza a levava
Ele, já ansioso, plantava mais flores bem no meio da estrada

Ela, por descuido, nem via por onde andava
Ele, com tanto desejo, não conhecia o que lhe aguardava

Ela, com um passo, entrou na frente de um carro
Ele, com mil gritos, não conseguiu evitar o fato

Ela, de tão suave, virou pluma e voou
Ele, já sem asas, abraçou a terra e chorou


Léo Ribeiro, 17 de Outubro de 2009

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